terça-feira, 11 de agosto de 2009

Foi uma bala pra cada uma.
A casa é grande. São três pessoas pra cuidar dela. Eu, hoje, tive de ficar sozinha na "sala principal". Eu, O Lustre (não o da sala, o da Clarice mesmo, em formato e-book), o MSN, o orkut e meu blog.
Não sei, não sei... O que eu faço com isso tudo?
A sensação é, afinal, boa. Casa e escritório ao mesmo tempo - o que é diferente de escritório e casa ao mesmo tempo. Um café na cozinha, uma conversa; um cigarro lá fora, mais um café. E a vontade de levar uma bala com papel rosa-choque pra cada uma.
É esse aconchego que me faz lembrar que o universo dá conta de tudo. Escolhi ter um emprego, mas hoje tenho bem mais que isso.
Tem sido um bom momento este que estou a viver. Iniciei uma fase em que me pretendo funcionar, acima de qualquer coisa, como uma peça do quebra-cabeças que o cosmos joga, e estou pagando pra ver no que dá.
Porque a questão surge assim: deu errado porque eu não percebi a tempo que sou mais PEÇA do que JOGADOR?
E eu só vou saber mesmo se conseguir usar aquela coragem... Sim, aquela mesma coragem que antes me impelia ao controle. Dessa vez, vou ver se consigo usá-la para me entregar ao universo. Por que não? Por que não viver o solto? O leve? O indeterminado? O sabe-se-lá-o-que-pode-acontecer?
Esse espaço é uma benção pra mim. Me devolve uma segurança que eu perdi. Uma sensação de acolhimento que não consigo atingir sequer na casa da minha mãe, onde passei a viver. E é muito por conta disso, dessa vontade de estender a mão e entregar uma bala pra cada uma delas.
O meu dentro é também isso: dividir, compartilhar, pertencer. Respeitar, cuidar e amar. E, sobretudo... escrever sobre isso.
Vou precisar de várias postagens para dar conta desse "sobretudo". Eu não quero que ele me atrapalhe mais.

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